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SEBASTIÃO VILA NOVA
( Pernambuco – Brasil )
Poeta, ensaísta e músico, nasceu em Rio Largo, Alagoas, em 18 de janeiro de 1944, mas mudou-se com a família para o Recife quando ainda era criança.
Possui graduação em Bacharel Em Ciências Sociais pela Universidade Federal de Pernambuco (1971). Atualmente é Pesquisador Adjunto do Fundação Joaquim Nabuco, Superintendente do Fundação Joaquim Nabuco e Professor adjunto da Universidade Católica de Pernambuco. Tem experiência na área de Sociologia, com ênfase em Fundamentos da Sociologia.
Morreu aos 73 anos de idade.
CLAVE OCULTA
Entre os sangues da guitarra
e entre as copas, meio-dia.
sete torres desabaram,
sete demônios sorriam
Os cílios roçaram nuvens
de adiadas profecias
e as tardes dos corredores
guardaram noves tardios.
Sete torres desabaram,
sete demônios sorriam.
Abriu-se a porta do mundo
à imperfeita geometria
do exercício dos disfarces,
da ponderação dos dias.
A tarde, nos corredores,
chegaram nomes tardios,
entre torres desabadas,
quando os demônios sorriam.
Entre o sangue incendiado das guitarras
e intervalos de sol das agonias.
(Recife, PE/ 1972)
ANOTAÇÕES A OESTE DE ALDEBARÃ
Meia-noite e meia a lua
transborda alva das ameias.*
Sobre a mesa o alvor do linho
se transborda em lua cheia.
Lua cheia, lua cheia,
como demora a manhã.
Em Alvarida alva uma estrela:
a alvorada Aldeberã.**
Em Alvador dourado lume
esquecido, ó via vã!
Meu Deus, que noite, que mundo!
como demora a manhã...
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* ameia - substantivo feminino
1. cada um dos parapeitos separados regularmente por merlões na parte superior das muralhas de fortalezas e castelos; recorte no cimo de muralha ou torre (mais us. no pl.).
2. POR ANALOGIA - parte alta ou superior de alguma coisa.
**Aldebarã ou Aldebaran é a estrela mais brilhante da constelação Taurus.[
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Página publicada em maio de 2022
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